O arquiteto da sucata

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Papelão, tampinha de refrigerante, retalhos, arame, palito de fósforo e pedaços de fio, entre outros produtos desprezados pela maioria das pessoas, viram arte nas habilidosas mãos do artista plástico Sergio Cezar. São dele os 3.500 barracos, feitos com esses produtos, que dão vida à fictícia favela da abertura da novela Global "Duas Caras".

O arquiteto da sucata.


Tem até roupa estendida na janelinha...

Os barracos de Sergio são uma releitura, segundo ele, dos verdadeiros da favela Rio das Pedras (zona oeste do Rio). Antes da montagem da mega maquete (de 64 m² com barracos de 10cm a 20 cm de altura e 10cm de largura) , Sergio visitou a comunidade e durante 10 dias esboçou todo o projeto. Depois juntou um grupo de 8 jovens, parte vindas de comunidades carentes, outra parte formada por estudantes de moda e cenografia, no ateliê do artista, em Laranjeiras, para criar o cenário de abertura de "Duas Caras".


Uma das 3.500 casinhas que compõe a maquete de abertura da novela.

Equipe de Sergio, faz últimos retoques nos "barraquinhos"


Hans Donner, responsável pela criação da vinheta de abertura, fazendo "direção-de-equilibrismo".

Depois do cenário carioca, Sergio quer viajar para outros lugares do mundo que têm o mesmo tipo de característica do Rio e de outras cidades pobres – ou desiguais – no mundo. Angola, Índia, Colômbia e cidades do nordeste brasileiro estão no mapa de Sérgio, que quer levar a trupe de assistentes e, onde chegar, estimular crianças do local a produzirem arte com o lixo que está em volta delas.

“Aí junto tudo e faço a Favela Global para levar para a ONU. É a minha forma de fazer alguma coisa por esse planeta que a gente tem maltratado tanto” , diz ele.

Pretensão de consertar o mundo, ele não tem. Mas de criar um mundinho, isso sim, nem que seja de papelão.
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Fotos: G1

Fonte: Revista da Folha e Ego