A genialidade da simplicidade

Entre o fim dos anos 50 e o começo dos 70, Cesar Villela fez mais de mil capas de discos para artistas como Elza Soares, Maria Bethania, Baden Powell, Sérgio Mendes, Dorival Caymmi, Sylvia Telles, Edu Lobo, Roberto Menescal, Norma Bengell, Odette Lara, Ari Barroso e Maysa. Além disso, foi o responsável pelas capas dos álbuns de estréia de nomes como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto e Nara Leão. Ou seja, ele criou a linguagem visual da bossa nova.

Entre 1957 e 1960, Cesar criou todas as peças lançadas pela gravadora Odeon, uma das maiores do Brasil na época e, em 1961, passou a fazer capas para a Philips. Mas foi a partir de 1962 que ele realizou seu trabalho de maior impacto: criou todo o conceito visual da gravadora Elenco, casa dos mais importantes artistas da então novíssima bossa nova. Mantendo-se fiel ao conceito da própria música - o de que "menos é mais" - desenvolveu um visual impactante por sua simplicidade e elegância, geralmente utilizando-se de uma tipografia feita à mão e detalhes em vermelho sobre uma foto em alto-contraste p&b. Cultuados no mundo todo, hoje esses álbuns são procurados tanto por sua música quanto por suas capas.